quarta-feira, 28 de janeiro de 2009




nada como um dia após o outro.

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Receita de Tempura




fonte: Folha Online

Chef Mari Hirata ensina a preparar um tempura caseiro

da Folha Online

Levado para o Japão pelos missionários portugueses no século 16, o tempura é um dos ícones da gastronomia japonesa.

Feito com camarão, cogumelos, legumes e outros ingredientes, pode ser servido como prato principal ou durante o lanche da tarde.

No livro "As Minhas Receitas Japonesas", lançado pela Publifolha, a renomada chef Mari Hirata ensina passo a passo como preparar um tempura caseiro.

O título transporta o leitor ao mundo dos gourmets e, ao revelar a história dos pratos, conta um pouco das tradições e contradições do Japão moderno e antigo.

No trecho abaixo, a chef ensina como preparar a iguaria.

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Tempura caseiro

rendimento: 4 porções

Massa do tempura

- 1 ovo inteiro gelado
- 200 g de farinha peneirada e gelada
- 400 ml de água gelada

Misture o ovo com a água gelada numa vasilha gelada sobre banho-maria frio (água com gelo). Peneire por cima dessa mistura a farinha em uma vez só.

Misture levemente com 2 palitinhos longos ou 2 espetos (não use fouet, nem colher de pau), deixando a mistura bem empelotada, com farinha nas superfícies e nas bordas. A massa só deve ser feita segundos antes de fritar. Antes disso, deixe preparados todos os ingredientes.

Ingredientes

- 8 camarões grandes ou 12 camarões médios (pode-se acrescentar filé de peixe branco, vieiras, lulas, etc.)
- 4 shiitakes inteiros (sem o talo)
- 4 pimentões cortados em 4 (no comprimento)
- 1 berinjela (em rodelas)
- 1 batata-doce em rodelas (mergulhe em água para retirar o amido)
- 8 aspargos verdes
- 4 folhas de shiso ou basílico (sálvia também serve)

Molho

Gosto muito do tempura passado, depois de frito, no sal e na pimenta, mas, tradicionalmente, existe o molho:

Tentsuyu (molho para tempura)

- 2/3 de copo de dashi (caldo-base japonês feito de peixe seco)
- 2 colheres de sopa de shoyu
- 2 colheres de sopa de mirin (saquê doce), que pode ser substituído por açúcar

Coloque todos os ingredientes em uma panela e leve ao fogo. Quando ferver, o molho estará pronto. É servido com nabo cru ralado e gengibre fresco ralado a gosto.

Preparo dos ingredientes

Todos os vegetais devem ser cortados em espessura e tamanho não muito grandes, para facilitar o cozimento.

O camarão deve ser descascado. Deixe o rabo, mas retire a cabeça e o intestino dorsal (retire com um palito, picando no dorso). Faça 3 cortes transversais na barriga do camarão; isso impede que ele se curve.

O camarão deve estar bem seco para que a massa o envolva completamente. Uma pitada de sal pode ser colocada. Qualquer peixe de carne branca e firme pode ser utilizado; ele deve ser limpo e sem espinhas. Tanto o peixe como o camarão devem ser finamente empanados com farinha, antes de serem mergulhados na massa.

Modo de fazer

Aqueça o óleo a 170 ºC e comece a fritar os vegetais. Pode-se passar na farinha, retirando bem o excesso, e depois passar na massa --isso permite que a massa fixe bem.

Retire o excesso da massa e coloque no óleo. Não frite muitos por vez para não diminuir a temperatura. Depois dos vegetais, aumente a temperatura do óleo a 180 ºC e frite os camarões e os peixes.

Não espere que os camarões dourem. Se pegarem cor, já estarão cozidos demais e ficarão duros e sem graça. Estando crocante por fora, a massa indicará que já estão prontos.

Sirva com o molho à parte e tigelinhas com sal e pimenta. Cada um tempera a gosto seu tempura (suco de limão também combina bem com frutos do mar).


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

RESPECT







Quando uma verdadeira DIVA regrava outra Diva, o que acontece?


acontecem sonhos. acontece luz.

Edith Piafh e Grace Jones. sem mais palavras, que soam desnecessárias e banais diante disso:



baixe o mp3 aqui> http://rapidshare.com/files/150151776/ILGJ.rar






La vie en rose' was one of French singer Edith Piaf's most famous songs. The lyrics were written by Piaf, with music composed by Louis Gugliemi. It became a favourite with audiences in 1946. Owing to its popularity, Piaf would include it on many of her albums.
Grace Jones recorded a cover version of this track in 1977 as part of her debut album 'Portfolio'. The radical bossanova/disco interpretation of the track became Jones's first international hit single, even if the single version was heavily edited. The original album version was included on this 12" single, lasting over seven minutes.


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a leveza que você e eu procuramos < >

Vovó, onde a senhora estiver..

Que eu seja tão bondoso e alegre,
que todos quantos se achegarem a mim,
sintam a tua presença.



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presente que o friend Gustavo Kitagawa fez . peguei os dvds da série pra finalmente acompanhar o q sempre via totalmente disperso. Não vou ficar mais boiando nas rodas de boteco sobre os mistéios da ilha cheia de sarados!

Gus, adorei o desenho!


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JACK




SAVE . US




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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Charmaine Olivia

Charmaine Olivia é uma linda jovem da Califórnia que conheci dias atrás por seus belos trabalhos com desenho e pintura no Deviantart.





Olivia têm um estilo incrivelmente delicado, sereno e simples. Com uma caneta de ponta super fina e tinta acrília ela cria pequenos lugares e situações de uma sutileza extremamente aprazíveis. Seu traço é solto e leve, e mesmo remetendo às ilustrações acadêmicas-científicas dos livros de botânica e biologia, ela consegue dar um frescor e vida aos seus passarinhos, árvores e flores. ( estou completamente apaixonado pelos pássaros. )

Inspirador.














Página no Deviantart: site da Charmaine ( com trabalhos à venda ) : http://www.etsy.com/profile.php?user_id=6723937

Página no Deviantart: http://charbage.deviantart.com/




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Artwork do Dia

.Gratife + Photoshop
2009




Enquanto meu site não fica pronto, já sabem . mais trabalhos meus em: http://joapa.deviantart.com/




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Vi essa notícia no Blog Futricô, não resisti e roubei descaradamente pra postar aqui tb. é que a VISA lançou uma série de 100 cartões bancários ilustradas por vários artistas e designers, a maioria japoneses, todos hiper coloridos e nos mais diversos estilos.







galeria com todos os 100 cartões: http://www.eposcard.co.jp/campaign/100designcards/

Eu adorei! aliás, sou suspeito pra falar de coisas japonesas, sendo fanático por cultura pop nipônica como sou. Desde pequeno eu gosto de catar tudo relacionado a Japão, no caso de embalagens, quase tudo que eu vejo de lá me parece interessante. Um amigo meu disse que o mais legal do japonês é que ele não faz muita separação do que é "decorativo" e o que é "usável, prático" tudo que eles fazem é esteticamente interessante, mesmo quando saem as bizarrices que a gente vê de vez em quando.



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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Sarah Jane Lynagh.


Todo mundo que eu mostro fica chocado, acha nojento, feio, horrível. mas não tenho como não apreciar os fortes, porém belos retratos de Sarah Jane Lynagh. estou fascinado por ela.

Untitled, 2002 Photographic Print

gosto de observar essas reações nas pessoas. Tenho uma queda forte por trabalhos polêmicos, controversos e fortes, é interessante ver como o público fica dividido nessas horas.




Silence, 2008
Photographic Print
90cm x 120cm



As I live and breathe you have killed me, 2008

Photographic Print
90cm x 120cm




Silence 2, 2008
Photographic Print
90cm x 120cm




Dear darkness, won't you cover me again, 2008
Photographic Print
90cm x 120cm



Mute, 2007




Dear darkness, won't you cover me again, 2008
Photographic Print
90cm x 120cm


Você fica chocado?
o site oficial da jovem artista inglesa é:

http://www.sarahjanelynagh.com/


não deixe de ver o belíssimo vídeo "Leaving" - sem palavras

agradecimentos: Curiosidades da Net



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Pink

do BBC Brasil

Um artista americano está usando lixo para retratar celebridades do mundo da arte, do cinema e da música.

Os retratos são uma espécie de mosaico em três dimensões, com materiais como latas, embalagens, garrafas e papéis.

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é bacaninha, apesar de que acho que essa linguagem de criar imagens a partir de objetos e outras coisas acumuladas já anda bem batidinha..de repente tudo remete a Vik Muniz..

mas é divertidinho, desprentesioso - veja + fotos dos retratos aqui

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Quem apostará comigo em quantos dias estarei demitido?

e estou torcendo para que isso aconteça. Sinto me como uma bomba prestes a explodir.

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ui



Bonequinhos que vêm dentro dos sucrilhos no Japão!

por essas e outras que amo Nippon!

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ELA ARRASA

ADORO






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domingo, 11 de janeiro de 2009

A primeira fotografia do mundo (França - 1826)



A primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em 1825 por Nicéphore Niépce numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo chamado betume da Judeia. Foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar.
foi tirada no verão de 1826 na França, da janela da casa de Joseph Niepce, encontra-se preservada até hoje.
No lado esquerdo da imagem é um sotão da casa da família de Niépce. No centro da imagem fica o telhado do celeiro. O edifício longo atrás dele é a casa de cozimento, com chaminé. No lado direito da imagem é uma outra parte da casa. Niepce chamou seu trabalho de “heliograph” em tributo ao poder do sol.
Em 1835 Jacques Daguerre desenvolveu um processo usando prata numa placa de cobre denominado daguerreotipo.


Quase simultaneamente, William Fox Talbot desenvolveu um diferente processo denominado calotipo, usando folhas de papel cobertas com cloreto de prata. Este processo é muito parecido com o processo fotográfico em uso hoje, pois também produz um negativo que pode ser reutilizado para produzir várias imagens positivas. Hippolyte Bayard também desenvolveu um método de fotografia, mas demorou para anunciar e não foi mais reconhecido como seu inventor.
Créditos: Lista10
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Kylie -aquarela, grafite e photoshop
2008

feito a partir de frame do vídeo In My Arms


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Ever close your eyes?Ever stop and listen?Ever feel aliveAnd you've nothing missing?You don't need a reasonLet the day go on and on

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THE END IS NEAR.



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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

foto do dia 31 de dezembro de 2008, na rampa de acesso à Catedral Metropolitana de Brasília.

E começa tudo de novo...

E de novo. Quando alguém criou o calendário para medir o tempo, estava criando também uma forma de organizar na nossa mente todas as coisas que acontecem ao mesmo tempo em nossa vida, que estão simultaneamente nascendo, morrendo, persistindo, é tudo ao mesmo tempo e agora. 2008 foi quando a minha ficha caiu pro mundo. foi quando me toquei de muitas palhaçadas que estava fazendo comigo e com os outros. e foi quando eu comecei a ficar ranzinza de verdade. foi mais um ano de amores, amores, perdas, conquistas e tanta, tanta coisa. que seria ridículo falar aqui. enfim, foi muito bom, mas com a certeza que pode melhorar bem mais.
2009 será o ano que vou me formar definitivamente. e isso me deixa muito feliz. bom, acho que já é o bastante pra retrospectivas e perspectivas. nada mais do que todos no fundo querem: amores, paixões, paz, felicidade e momentos inesquecíveis para guardar e sentir que sua vida e sua pessoa são especiais nesse mundo, por alguma forma. que seja feita a vossa vontade!



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Não sei se acredito nesse papo de Karma. Até porque creio que o meu tal Karma deve começar 3 meses antes do meu aniversário, nas tais November Rains. Realmente não sei, mas final de ano pra mim é sempre algo melancólico, triste, acompanhado de algum episódio desagradável e uma vontade desesperada de mudar e recomeçar alguma coisa, seja sentimental ou profissional.

Quem anda lendo esse blog sabe que tenho me sentido confuso e estagnado profissionalmente. não na área que trabalho, ( artes plásticas e ilustração ), mas sim nos empregos recentes, e na ( falta de ) logística das atividades que estou empregado. isso gera uma vontade de largar algumas coisas, de mudar de cidade, de repensar tudo. o que também acaba fazendo com que me esqueça das coisas que sempre fazia por prazer, coisas simples, coisas bobas até. como por exemplo, desenhar por pura e simples vontade.






sem se preocupar com conceitos, correntes estéticas pré determinadas, sem projeto expositivo ou acadêmico, sem intenção de “servir” .
Engana-se quem pensa que essa alegria de fazer algum trabalho artístico é algo constante no meu curso. pelo menos de minha parte, não. é meio complicado de explicar, mas seria assim: o processo de criação de um trabalho artístico dentro de um curso de arte, é sim prazeroso, mas nem sempre porque ele é voltado para um espaço onde essa arte é legitimada, o museu, a galeria, entre outros. não tenho uma visão cem por cento aprazível e romântica do meu curso de Arte, como vários colegas meus. angústia, medo, insegurança e desapontamentos podem e são freqüentemente parte desse processo, muitas vezes ingrato.



é uma arte compromissada com a própria arte e suas “molduras do espírito”. isso se torna tão presente e forte na sua vida, que me esqueço das horas que pego um caderno e faço coisas simplesmente por gostar, para passar o tempo, para me “divertir”. desenho bichinhos idiotas, homens desnudos,( esses especialmente são os que fazem mais sucesso atualmente ) monstros, coisas sem compromisso algum, e que sinceramente nem considero arte, ao meu ver. e nem precisa ser, ou é uma atividade menor por isso.

é uma vontade, que fico muito feliz por saber que não está morta, e que está voltando nesses dias e fazendo uma diferença enorme.
A partir desses momentos quase que desprentesiosos ( digo quase, porque se não estaria sendo hipócrita) que podem surgir milhões de idéias e direcionamentos para aquela arte “séria” que citei acima, e que também gosto de fazer, apesar de ser mais tensa e desafiadora. eu fico feliz e otimista quando sinto que estou voltando a fazer coisas assim, com uma vontade sincera e quase ingênua, infantil no sentido de experimentar, de fazer. talvez seja isso, o primeiro sinal que o tal Karma está chegando ao fim.

prometo colocar aqui novas imagens dessa safra.


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O Índice Malu





Aqui do lado, enquanto tento colocar minha leitura em dia, escuto meu irmão ouvindo a Malu Magalhães sendo entrevistada ( ou dando grunhidos e barulhos estranhos ) pro Serginho Groisman. É uma reprise, mas eu posso jurar que estava aqui em casa ( Unaí ) nas outras férias de julho, nesse dia da Malu.

Enfim, toco no assunto Malu Magalhães pelo fato dessa garota ter se tornado uma espécie de metáfora e símbolo de várias coisas que passei em 2008. Foi em meados de fevereiro, numa cama quentinha e macia, acordando ou indo dormir, ele me pergunta: “sabe quem ta cantando?” aí que fiquei sabendo de fato, toda a história de menina prodígio e o hype da Malu. Foi um início de ano muito agradável, como quase sempre. E estava sendo um momento muito especial também, no quesito sentimental – romântico, em que estava convencido ter me curado de um fim de namoro catastrófico, e de cara conhecendo alguém fantástico , doce e que gostava da Malu Magalhães.



Foi durante essa época que eu comecei a simpatizar com a adolescente até então de sexualidade ambígua, mas que era doce e serena como o “ mocinho de Fevereiro”. Época do meu aniversário, fim da época chuvosa, dias calmos. Ouvir a Malu era estar freqüentemente se transportando para esses lugares aconchegantes, particulares. Criando laços muito mais em contextos afetivos do que musicalmente falando. ( música pra mim, é definitivamente algo que vai além de “música” – mas isso é assunto para outro post ).
Eu sabia que ele iria embora para a Europa em breve, e que teria pouco mais de um mês e meio para brincar de Love Story. O que não quer dizer que não foi intenso e verdadeiro. E a Malu, ali sempre do lado, surrando ou sei lá o quê. ( ainda vou descobrir um verbo adequado que defina os sons que saem da boca dela )

E o ano vai se passando, e me envolvo novamente com outro rapaz, que também adora a Malu. Sem estender tanto, foi uma história linda, mas que infelizmente não terminou da forma que a gente sempre sonha. Na verdade ainda estou processando e tentando entender o que foi, o que é, e o que esse relacionamento pode significar em minha vida. Talvez por ter tido episódios um tanto quanto mais tristes, ter a Malu como uma das músicas tema, por assim dizer, já não tem graça. Não é legal.
Digo nas mesas de bar, que aagora odeio Malu Magalhães, que a acho uma retardada, e por aí vai. Papo de boteco, give me um desconto. Mas sintetizando, é mais ou menos assim que acontece quando termino relacionamentos. É difícil e doloroso lidar com as lembranças e se ver voltando naqueles lugares particulares da memória do “nós”.
São lugares que podem ser desde o lugar mais sofisticado e luxuoso de Paris, ou o meio fio de uma rua suja do centro de Belo Horizonte, não importa. Pode tocar Malu Magalhães, Bjork, ou uma música Sertaneja.

Não que eu odeie hoje a pessoa que me fez odiar Malu Magalhães. Mas também não há como negar o peso que certas lembranças têm. Esse dilema entre querer esquecer tudo, apagar todos os vestígios e guardar no coração as coisas boas, nunca foi tão bem apresentada como no Brilho Eterno de Uma Mente sem lembraças. ( que adoro ). Mas no final de tudo, é apenas uma brincadeira, com uma pitada de humor ácido.

O mais engraçado é que aconteceu algo parecido com o namorado dela, esse Marcelo Camelo. Confesso que odeio com todas as forças esse boçal. “motivos” pessoais a partir de outras pessoas que já passaram por aqui, definitivamente não faltam. Pegaram pesado, viu.
São as várias faces e ecos do folkzinho da Malu nesse meu 2008. Pode ser que um dia eu volte a sorrir com ela, pode ser que a odeie ainda mais. É sempre um risco.


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Come on home

Voltar pra casa é algo mágico e ao mesmo tempo agressivo. me pergunto se sempre será assim. Mágico porque simplesmente não há como negar sua origem, seu lugar. é relembrar tudo que ficou para trás, é reviver pessoas, e reencontrar pedaços seus que ficaram. Agressivo por você se colocar cara a cara com o tempo e a memória.

é constatar que seus pais estão com mais rugas e frágeis, com mais manias, mais ranzinzas, com coisas “da idade”. é ver que ao mesmo tempo, esse lugar não te pertence mais, ou pelo menos não pertence tanto assim.

Questiono qual é meu papel aqui. se sou visita, morador, que diabos eu sou. é engraçado ouvir primos e vizinhos se referirem à minha aparência física. Em um só dia ouço que estou mais gordo, que estou bem mais magro, que estou bem mais forte. fico rindo com isso. No meu caso, é complicado porque não tenho vontade de sair pela cidade. não vejo muitas opções para me divertir aqui.

é uma angústia ( não no sentido trágico ) que todos meus amigos que moram longe e não podem vir aqui com tanta freqüência compartilham comigo. é um incômodo permanente, pois nas capitais que estudamos e trabalhamos, sentimos diariamente esse desejo e necessidade louca de retornar ao ninho, mas chegando aqui, é como sentir que somos pássaros crescidos e grandes demais para se acomodar de fato nesse ninho antigo.

sem falar na metade que fica lá na cidade grande, a vida que construímos, os personagens que encarnamos, os adultos fabricados em nossa necessidade de trabalhar, crescer, construir. os amantes, os chefes, os professores, os homens, as mulheres, as prostitutas, os michês, os doutores, os estagiários, os universitários, e todos os outros.
não é uma queixa, nem decepção. é um fato que acontece, e quem passa por ele sabe do que falo. é uma procura incessante por um lugar, por uma paz. felizmente, temos esse lugar para nos socorrer, para nos receber e nos encher de força , chamado lar.

é aqui que o ânimo é retomado. o corpo cansado se recupera para voltar ao concreto, aos semáforos, às grandes oportunidades. até quando, já não sei.


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