sábado, 19 de março de 2011

A Besta

O Joapa amansou. O Joapa ficou quieto e pacato. De todos os caos e tempestades que carrego no bolso e no peito, alguns teriam que ficar pra trás, pausados, adormecidos, até acordarem furiosos algum dia. O sol de outono-inverno, chegou, aquele sol discreto, o mais bonito do ano, em que a luz do dia é mais colorida e tem mais contraste que todo o resto do ano também. As feras adormecidas, deixaram bilhetes, avisos, recadinhos que voltarão.

Uma das feras gosta de trocar de nomes. Ego, Carência, Amor, Romance, Bad, Romance, Desafio, Sabotagem, Saudade, Emoção. ela pode ser todos esses nomes e não ser nenhum ao mesmo tempo. Ano passado, ela e eu rolamos ladeira abaixo se socando tantas vezes, que estamos totalmente cansados, aliás, ficamos, agora estamos quietos. Amo a fera. Amo a Besta que há dentro de cada um de nós, mas não consigo, não quero e nem ouso matá-la, ferí-la além do necessário. Prefiro domá-la, e contar alguma história pra ela dormir. Ta ali, roncando, num sono bom.

Te vejo no verão.

Golfinhos



Praticando com a tablet. Pode parecer bobagem pois muita gente aqui domina técnicas digitais infinitamente melhor que eu, mas estou muito efusivo e empolgado com os resultados gráficos ( simples como esse ) que estou obtendo com a tablet. Ainda estou verde, mas feliz e pensando nas misturas que já quero fazer com técnicas de cor digitais + técnicas tradicionais, com tintas, pigmentos e aguadas, que já fazia. Acho que pode ficar interessante, não tenho pretensões de pintar como ilustradores de quadrinhos e afins. Quero fazer um bacanal de estilos e suportes. Esse ano será o ano das cores!

sábado, 12 de março de 2011

é muita tristeza


Preciso dizer que faltam palavras para expressar o quanto meu coração está triste com toda a tragédia natural que se passa no Japão. É uma sensação profunda e pesada de impotência, melancolia, choque, perplexidade e medo. de perda, de dor, por mais que eu não tenha nenhuma pessoa querida que conheça lá. Sei que não tenho também nenhuma raíz nipônica, nunca estive lá, mas sou profundamente apaixonado por toda a cultura desse país, que influencia diretamente meu trabalho, esteticamente, está nas músicas que ouço, nos artistas que aprecio, na forma como vejo o mundo, nos quadrinhos e animes que já me cativaram, na comida que amo, em tudo. Tenho certeza que vivi no Japão em alguma vida passada.

A dor é igual para todos, não importa se é Japão, Rio de Janeiro, Haiti. Eu desejo e espero do fundo do coração que todos os japoneses sejam fortes como sempre foram no quesito superação de desgraças, e juntos consigam recomeçar do zero, reconstruindo suas vidas, lares, e continuem enchendo o mundo de coisas boas. Quando o Japão está menos colorido, e olhos grandes melancólicos, todo o mundo fica mais triste também. É inevitável não pensar que essas imagens tão tristes não sejam uma amostra do fim do mundo. estou tentando não vê-las.

todo meu amor e preces à todas as vítimas japonesas.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Ranço

Quando este post foi escrito, ainda não havia sido lançando o vídeo de Born This Way

Desde o lançamento de Born This Way, tenho vivido semanas alternando momentos de alegria e satisfação com muita, muita irritação de pessoas que se dirigem a mim pra falar qualquer coisa sobre Gaga. Boa ou ruim, sensata ou baboseiras, enfim. Me irritei demais e ainda me irrito com a forma a qual algumas pessoas lidam com uma questão que vai MUITO além da nova música de Lady Gaga, que pra mim, é somente a ponta do iceberg de patologias bem maiores.
Antes de falar do que me irrita e instiga, falarei do que achei da música em si. Em primeiro lugar, NÃO me decepcionei com a música. Gostei MUITO de Born This Way e não vou nem entrar na questão eterna das acusações de cópia. Não acho BTW cópia de Express Yourself. Sonoridades parecidas é uma coisa, cópias outra. Não fiquei frustrado com a música, pois em nenhum momento acreditei cegamente no papo do “novo hino”, de música da geração. Aliás, como qualquer forma de arte, vale a máxima – “Arte, faz quem quer, acredita quem quer”. Gaga é uma artista ultra marketeira, fala o que for preciso pra causar, pra causar buzz, seja positivo ou negativo. Você leva a sério os absurdos egocêntricos que o Kayne West fala? Você realmente acredita no que os artistas dizem, assim, literalmente? O trabalho dele, por exemplo, é muito bom, isso é fato, mas é saudável e racional tentar separar artistas de suas pessoas às vezes.
Por isso, não fui tolinho de achar que Gaga chegaria inventando o novo Thriller, por mais que a própria sugerisse algo do tipo e se empolgasse em algumas declarações. Sempre acreditei que Gaga manteria uma sonoridade bem semelhante ao que já vinha fazendo, com mudanças sutis, vide os produtores que ela escolhe, como Fernando Garibay e o novo DJ White Shadow. Ainda assim é meio cedo, afinal BTW é uma faixa do álbum, que ainda não ouvimos pra ter uma opinião sobre o conjunto da obra. De toda forma, se decepcionou quem quis, é o que acho. Prefiro ter os pés um pouco mais no chão e entender melhor essa doença, esse febre que afeta todos, haters e little monsters, mas que ninguém fica indiferente.
Acho Born This Way uma boa musica pop. Dançante, positiva, gostosa. Musicalmente é isso. Pronto. Mas digo, musicalmente, porque o que alguns não entendem é que no Gagaísmo, a música em si, é a tela branca, o plano de fundo para todo o resto de seu teatro, seu ritual. O melhor produto de Gaga é Gaga. Não entendo como pessoas falam dos hits Just Dance e Poker Face como revoluções sonoras, não gente, não são. Como fã, eu digo que não é, pela musica em si, que poderia ter sido gravada por outra cantora, com melhores vocais, enfim. O que faz tudo isso ser o que inflama o mundo, é todo o restante, a atitude, somada com as polêmicas, os factóides, a relação com a moda, as referencias, o drama, as paixões e manifestações fan-made, e principalmente todo o debate e questionamento que o mundo está fazendo dela agora. Ela não vai durar, Ela falhou, Ela está se repetindo, Ela morreu. Ela cansou, ela se esgotou. Tudo isso é novo, se tratando de ícones pop? Lógico que não, mas é atual, é presente, é contemporâneo. TUDO já foi experimentado, rompido por Grace Jones, Yoko Ono, Donna Summer, Nina Simone, entre outras várias..e Madonna. Madonna..esse nome inseparável.
Assim como Madonna não criou a roda, Gaga também não. Ambas se inspiraram em seus ícones femininos de cada época. Ambas chocaram, cada uma por motivos. Não acho que Gaga seja a nova Madonna, até pq o mundo não precisa de uma nova Madonna. Mas também não entendo essa mágoa, esse ranço de fãs radicais de M, que esperam e vêm me fritar, mandando dezenas de links com a tal matéria da Illustrada, que até concordo em várias partes, outras não. É difícil se manter fora desse cenário de ódio e mágoa entre os que ouvem música pop. Quando você tem amigos, conhecidos e colegas que projetam grande parte de suas frustrações, vazios e lacunas sentimentais nas obras que consumem para se afirmar como pessoas..ah..especiais e como pessoas de “opinião”.




E daí surge aquele ambiente ( em grande parte virtual ) no qual cada um quer ser mais sábio que o outro. Pipocam críticos de música, de literatura, de moda, de cinema, de arte.. mas tudo temperado exageradamente com tédio, pedantismo e uma “profunda superficialidade”.
Acho que obviamente somos em boa parte de nossas personalidades aquilo que consumimos, os filmes que vemos, as obras e músicas que mais nos tocam e dizem, as peças que vemos no Teatro, as marcas de roupa que caem melhor e que podemos comprar. Mas é de uma burrice e limitação cerebral-cultural imensurável acreditar que somente os produtos, ( sim, produtos, por mais que você esteja de mimimi e falando sobre a “aura” da arte ) constituem nosso Eu.
Há toda uma vida e campo humano mais vasto e desconhecido, escondido que vai bem além das citações e versos que você escreve abaixo do seu nome e nickname. Por isso, me sinto tendo que regredir cerebralmente pra discutir e tentar entender essa palhaçada quando se fala da música da Gaga, da Madonna, e qual vadia que seja. Enfim. As pessoas tão completamente loucas, e perderam a noção do bom senso. Madonna, Gaga, Xuxa, Mulher Melão são artistas ou não, profissionais do entretenimento também. São empresárias e prestam contas. Visam o lucro, pagam funcionários. Nenhuma delas “faz” seus próprios vídeos, roupas, capas de disco, turnês, pelo menos atualmente. Todas são o que são pela confiança e credibilidade que deram e hoje tem acesso aos melhores profissionais de todas a áreas envolvidas na sua imagem e trabalho.
Em vez de ficar o dia inteiro falando, comparando, criticando sem fundamento e tentando provar pra quem gosta, seja exagerado ou não nesse gostar; você deveria ir pegar seu i-phone com suas músicas que ama, seu livro preferido, vá pra um parque, tenha uma vida. Quanto mais você se manifesta e ridiculamente tenta provar que o que critica não é tão bom quando todos os fãs dizem que são, mais o objeto, no caso Gaga, será colocado em evidência e crescerá. E você será OBRIGADO a vê-la, ouvi-la, nas baladas, nas rádios, nos sites, nas redes sociais. Sim, eu falo pra vocês que me torraram a paciência.
É impossível não comparar Madonna e Gaga, não somente no estilo estético ou no sentido batido de cópia. Mas de posturas. Assim como M. Gagaloo também acostumou as pessoas com um nível tão de tirar o fôlego e surpreender, que quando soa mais do mesmo, o mundo cai. Aliás, os que vêem e sentem algo nela, pq sinceramente, quem não gosta de verdade, simplesmente ignora. Quem odeia com convicção, é porque no fundo ama. Acho Justin Bieber uma bosta, e nem por isso tenho vontade de ficar gastando linhas e minha respiração falando mal dele, provando que ele é ruim, se ele e quem mais seja for uma farsa, um produto, azar, ele tai fazendo um sucesso estrondoso e algum motivo ele tem e fez pra merecer isso. E merece.



Omar Afuni: Pop é pra ser feliz.

Cabem aos artistas e seus empresários fazerem o que for pra suas carreiras continuarem bem ou não. Alguns folgados sentam suas bundas nas suas cadeiras, e esperam ser surpreendidos e ponto. Claro que você quer ouvir sempre boa música, mesmo não gastando um centavo com os álbuns que você baixa do Torrent. Mas não vou me envolver com o futuro da carreira de ninguém! Desejo vida longa pra Gaga, e acredito nisso, mas isso não depende de mim! As pessoas têm me falado dela como uma irmãzinha que está pra entrar na faculdade, que apronta e vai se ferrar, que pecou e vai ter q acertar as contas comigo. Francamente, n é gente?
Sou fã do trabalho de Gaga, ou se quiserem me chamar, sou little Monster. Gosto de acompanhar tudo que ela faz, presto homenagens, me expresso o quanto amo fazer isso. Ela me diverte, me dá voz em várias vezes, danço feliz seus hits. Gosto do frio na barriga esperando ela se apresentar no VMA, No Grammy, com medo do que ela irá aprontar. Se fará bonito ou cagará no maiô. Tudo que um fã faz.
Fãs de outras cantoras, e estilos, sejam pop, rock ou indie, alguns deles é preciso dizer, falam que os gaga fans são chats, xiitas, e tal. Primeiro: mesmo como fã, nunca, nunca disse que Gaga é imune a críticas. Acho que ela se confunde as vezes, se atrapalha com excessos de elementos e informações, se perde nas próprias viagens algumas vezes. Não sabe ainda criar sumiços, espaços de suspense, de causar supresas. Nem sempre gosto dos outfits, nem gosto de todas as músicas, lives. Enfim. Dito isso, mesmo assim não vou deixar de ser fã e a achar genial, querida, especial, única em tantos sentidos.
Segundo: QUALQUER fã é e sempre será um tolinho, um ridículo. Não vejo diferença alguma entre as reações de alegria e histeria dos little monsters quando vaza o novo álbum de Gaga com a reação dos fãs do Radiohead ao vazar seu novo álbum também. Não vejo meeesmo. Ser fã é ser intrinsecamente bobo, ingênuo, infantil, passional. Mas isso não é ruim, pelo contrário. É ser deliciosamente alegre, criança, efusiva, que acredita naquilo que seus ídolos dizem e fazem. É se espelhar, se inspirar, dar voz a você. Ontem era o Superman, o Batman, os Cavaleiros do Zodíaco, a Xuxa, a Sailor Moon, as Guerreiras Mágicas, hoje é Gaga, Madonna, Iggy Pop, Keane, Mika, Maria Betânia, Ivete... ser fã é acima de tudo, acreditar. Eu respeito os que acreditam, e gostaria de ser respeitado também, o que infelizmente não vem acontecendo.
Não preciso que me provem nada, da mesma forma que não tenho a mínima vontade de provar algo pra vocês.

Filipetas





Flyer: Arte que serve para divulgar vários eventos e que não deve virar lixo nas ruas. Lembra daquela festa que você foi porque o flyer era legal e fez você conhecer aquela pessoa que gosta das mesmas coisas que você? Guarde este. Colecione.

Sempre achei fantástico o mundo dos flyers. arte ultra efêmera, que se não é guardada por algum nostálgico, se perde pra sempre..em bueiros, latas de lixo. Bem antes de começar a sair na noite já era fascinado com as peças, os postais, as cores, os desenhos modernos.
Adoro fazê-los e agora estou trabalhando na produção dos flyers da casa On Board, aqui de BH. Ainda estamos no primeiro mês, pegando o jeito e testando formas de trabalhar.

O club é novo, com um público distinto em cada noite, de quinta à sábado. Confesso que flyer é uma coisa desafiadora, divertida, tensa, em que vc pode se soltar, às vezes nem tanto, outras muito, e tem que ser muito esperto, rápido, com soluções criativas BEM dinânicas, pois tempo é dinheiro e a festa precisa ser divulgada o quanto antes. Fora a questão do impacto visual. pra mim um bom flyer é aquele que você deseja, não importa se vai na festa ou não, aquele que você pega vários de viagem e distribui pros seus amigos que gostam de um bom design, enfim, tem que ser marcante e bem moderno. e tem que passar a idéia de que aquela festa é imperdível também. humor, ironia, experimentalismo, tudo é fundamental para um bom flyer e claro, muita pesquisa.

Postarei alguns flyers selecionados que ando fazendo no meu Behance. Conheçam o site da On Board também: http://onboardclub.com.br/

Shantê


Colagem digital ( em processo ) que estou fazendo usando uma tablet Bamboo que ganhei de presente. Ela é ótima, mas ainda estou engatinhando e tropeçando muito. Creio que demorará bastante pra saber usar todas as possibilidades criativas que ela permite. É novo pra mim testar a habilidade que tenho com as mãos e papel agora no monitor e na tablet. Gostaria de sugestões de programinhas gráficos para usar em conjunto com a Bamboo! Sou um baby e quero misturar tudo.

nude 01


começando série de nus. simplesmente um exercício.

presentinhos

pequena doll da Chibi Bubble Dress que ganhei de aniversário do querido Leo Barros. Agora meu Arbofett tem uma irmã. imaginando como seriam todas as Chibis Gaga assim. Aproveitando, quando tiver um tempinho rabisco algo de Born This Way no estilo, estou sobrecarregado de outros trabalhos, pessoal. mas farei algumas sim.