sábado, 19 de março de 2011

A Besta

O Joapa amansou. O Joapa ficou quieto e pacato. De todos os caos e tempestades que carrego no bolso e no peito, alguns teriam que ficar pra trás, pausados, adormecidos, até acordarem furiosos algum dia. O sol de outono-inverno, chegou, aquele sol discreto, o mais bonito do ano, em que a luz do dia é mais colorida e tem mais contraste que todo o resto do ano também. As feras adormecidas, deixaram bilhetes, avisos, recadinhos que voltarão.

Uma das feras gosta de trocar de nomes. Ego, Carência, Amor, Romance, Bad, Romance, Desafio, Sabotagem, Saudade, Emoção. ela pode ser todos esses nomes e não ser nenhum ao mesmo tempo. Ano passado, ela e eu rolamos ladeira abaixo se socando tantas vezes, que estamos totalmente cansados, aliás, ficamos, agora estamos quietos. Amo a fera. Amo a Besta que há dentro de cada um de nós, mas não consigo, não quero e nem ouso matá-la, ferí-la além do necessário. Prefiro domá-la, e contar alguma história pra ela dormir. Ta ali, roncando, num sono bom.

Te vejo no verão.

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