segunda-feira, 23 de março de 2009

as mães

Algo que tem me tirado o sono é descobrir como lidar com a hiper sensibilidade de minha mãe.menopausa, alguns problemas de saúde, e outras coisas tem a deixado muito mais sensível e pré disposta a chorar por qualquer coisa. Em vez de ser compreensivo, fico nervoso e parado, inerte, mau humorado, e assim desanda o caldo todo.
Uma cena dessa semana:
Mãe cisma de reorganizar TODA minhas coisas que trouxe na bagagem. Esvazia todas as pastas e envelopes e recoloca tudo em gavetas e novas caixas. Peças de portfólio vão se juntar com documentos, textos acadêmicos e outras coisas nada a ver. Me pergunto se o critério que ela usa são tamanhos de papel. Fico emputecido, dou uma bronca básica azedinha, e pronto, lágrimas a caminho. Tragicômico.


Uma vez, a alguns anos atrás ela me confessou que se sentia arrependida por ter educado meu irmão e eu da forma rígida como tinha sido. Vejo que hoje ela tenta achar um novo papel, pois a única coisa que ela soube ser nessa vida é ser mãe. Mãe da mãe dela, que morreu de câncer quando ela tinha 12 anos, mãe de vários primos meus que já moraram aqui, mãe da minha outra vó, e tantas outras vezes que a vi só cuidando dos outros. É assim.

Minha angústia se sustenta no fato de não saber o que fazer pra aliviar isso, de não ter coragem e iniciativa de fazer algo pra que se sinta cuidada, menos frágil, e demonstrar melhor o que sinto, para talvez, quem sabe se sentir melhor.

Sei que não depende só de mim para que ela sorria mais, mas sabe quando você se sente fazendo bem menos do que é capaz de fazer?

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