sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
O MONÓLOGO CÁRMICO DE SALOMÉ - SUSANA KAHLS
munida da autoridade da arte - e nada mais - venho através desta lhe pedir que PARE!
pare imdiatamente!
pare o que está fazendo.
se é que você sabe o que está fazendo.
construindo esta catástrofe, desde o início.
espelhando sua frustração de ontem num parceiro fotogênico de hoje.
isso não se faz.
melando nossa intenção com fluídos corporais em sua cueca de elástico personalizado.
demolindo nosso lirismo com uma ambição que mal cabe na sua estatura diminuta.
levando nossas obras para exibí-las em seu ‘matadouro’ de mármore no subúrbio.
abissal é a distância que separa um putinho carente de um de um gentil homem.
nosso virtuosismo não serve de antídoto para sua mediocridade.
somos imortais.
para tanto sensíveis a essa materialidade toda.
pare!
não fale de amor.
seu cérebro obtuso de tanto ver televisão não sabe o que é isso.
não fale de paixão.
ela só cabe a quem cria, não a quem mimetisa.
escreva e guarde seu texto raso.
mal uso de palavras é crime.
leve para um analista, junto com sua inaptidão para a clareza e pré-disposição para confundir.
contos de fadas não passam de vts institucionais de princesas maquiavélicas
e mimadas como afronta à supostas vilãs.
a fraude não conhece o romance.
o belo não existe onde mora o tédio.
seu espelho é opaco.
imprime um ar monstruoso em que ousa fitá-lo.
um mero toque em sua pele pode causar mais danos que todas as epidemias que assolam a terra.
e se algum dia alguém ousar o ‘fausto’ de lhe cuspir a cara, agradeça.
você merece!
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