sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Por uma coisa que tenho sentido que tem doído que tem batido que tem me feito sentir aquele medo bobo e tolo. Medo. ( de Dayane Lacerda )


Essa sensação de amor é sempre intensa demais, junto dela esse medo que de súbito começa a atormentar os sonos e os sonhos… Insegurança. Ai você lembra que aquele amor de antes te fez um mal enorme e a única coisa que fica é a lembrança de um susto e de uma dor, um tapa inesperado, um não, que mas parecia um soco na boca do estômago. A gente anda carregando nos braços um punhado de dor, um punhado de medo, um punhado de amor falido e doído. Um não, que mas parece um soco, na boca do estômago. Um não! Ai você se pega pedindo: Não me deixa! Na verdade você só quer dizer: tenho medo, tenho medo de viver tudo outra vez e não sei se vou dar conta, se vou conseguir, se vou ser forte o suficiente. Ai você se sente fraca e começa a ter medo de se ver tão fraca. Ai você se sente a pessoa mais feia do mundo. Ai você chora e chora mais um pouco. Um soco, na boca do estômago. E no fundo não faz diferença e nada muda qualquer coisa que exista, mas a gente nunca alcança o inalcançável, a única coisa que podemos fazer é esperar e a gente espera. Reza! Reza e pede proteção. Reza e pede força. Reza e pede. Um soco! Reza e pede pra que aquilo que você deseja seja possível, que o amor e as promessas sejam verdadeiras, que dure, que seja, que baste. Mas nunca basta! Nada nunca vai bastar no amor, nem tudo é verdade, nem tudo é previsível, não adianta jurar, não adianta fingir que o que diz é verdade, que o que sente é aquilo mesmo, que você não vai sentir, que você não mente, que você sabe, que sempre soube, que ja esqueceu e que tem certeza daquilo que você sabe que não tem, que não vai mexer, que não mexe, que não da medo, que é instável, que não vale a pena, que dói, que pode ser, que você sente sem querer sentir, que você ama, que você amou, que você não sabe se ainda ama, que você não sabe se ainda mexe, que pode mexer.  Resta pra mim uma esperança tola de que dessa vez seja diferente, fecho os olhos e seguro no ar o amor, seguro pelos dedos esse meu eu que nunca segurei direito. Levanto a cabeça meio torta e cambaleante e me prometo ser melhor e mais, mais segura, mais forte, mais calma, mais eu... em cinco minutos desabo e deito embaixo da mesa feito criança assustada, com medo do escuro. Aperto uma mão na outra, olho pro céu e converso com Deus:
Deus,que dia cinco não faça diferença nos planos e nas promessas. Que dia cinco chegue quieto, sem fazer barulho, que dia cinco seja uma reencontro silencioso…

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