sábado, 7 de janeiro de 2012

o céu, sempre o céu.

Como uma projeção em loop, a única coisa que eu consigo fazer nessas horas é ficar parado ali, olhando o céu, por minutos, muitos minutos. captando e registrando cada tom, cada degradê, cada forma e modelado das nuvens. Como se fosse uma gravura de um tempo. não sei o porquê disso. não vejo, na verdade sentido imediato nisso. Soa bobo, piegas, clichê. Eu sei, o clichê nos persegue. Por outro lado, eu sei que algum dia, quando for voltar no tempo e relembrar a imagem desse céu, de hoje, de ontem, de um mês, de 5, 10, 20 anos atrás, no lugar de um amontoado de massas cinzas azuladas ou laranja, estarão textos. textos que conseguirei ler, legíveis, lógicos e verdadeiros. Existe uma história sendo escrita no céu, páginas infinitas e imensuráveis de uma história chamada vida sobre nossas cabeças. caracteres em estado semi gasoso, tipografias em vapor. Hoje eu olho e não leio nada, só vejo e compreendo a melancolia que é a mesma entendida por doutores e analfabetos do céu. ainda há muito o que escrever.



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