Às vezes nos damos conta que as palavras são mais que palavras. são punhais afiados que prosseguem rasgando o tecido do silêncio e da incerteza. E muitas vezes saímos e vivemos com este punhal cravado na cabeça, nas costas, no peito, na garganta e não o sentimos diretamente, sem lembrar do choque, do impacto e violência silenciosa daquele momento em que o punhal foi cravado no nosso corpo, na nossa alma.
Entramos na padaria, tomamos café, compramos pão, passeamos na praça, pegamos o táxi, com aquela faca enfiada na sua carne, e somente você ainda não havia notado. até chegar o momento em que essas palavras-punhais começam a fazer eco, a reverberar. é nesse instante que o punhal é retirado.
Palavras somente nos pertencem até o momento em que elas permanecem guardadas em nossa boca. após ganharem o ar e o mundo, já não nos pertencem mais.
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