terça-feira, 16 de agosto de 2011

Processo


O desenvolvimento da proposta 88: carta Cósmica para Diamantina

texto escrito em Diamantina, Julho de 2011.

Uma das impressões mais importantes que consigo ter do que já foi realizado nesse processo de ocupação dos espaços na residência foi o levantamento de novos confrontos e questionamentos sobre o uso das superfícies como tela para o desenho gráfico e como esse contato direto com os suportes locais e elementos estranhos ( bagagem ) que trago afeta de forma incisiva no direcionamento do projeto como um todo.


Inicialmente o pensamento estava mais preso na concepção de símbolos específicos que seriam criados a partir da coleta do maior número de elementos imagéticos locais que pudessem dizer algo sobre a cultura e história da cidade, porém a partir dos primeiros contatos físicos entre o marcador e a parede, a carga simbólica em si que essas imagens pudessem ter, adquiriu uma importância menor do que a relação estabelecida entre tato, textura, ruído e linha gráfica. Nesse sentido, creio que a proposta não se perdeu da sua conceitualização ou sentido original, que permanecem inseridos, porém a mesma adquiriu uma outra possibilidade de pesquisa, que é a exploração das características plásticas desse relevo, que oscila entre o permanente, eterno, furtivo, fugaz, esquecido, violado.

É esse confronto e adaptação na tela de concreto que tem sido o mais estimulante nessas intervenções. A escolha das imagens a serem representadas em desenhos nos muros está cada dia mais aleatória e menos preocupada em relacionar diretamente com os mapas astronômicos originais que serviram de base para construção de poéticas gráficas. é evidente que fazer recortes e coletas locais têm sido proveitoso, mas esse distanciamento gradativo tem me proporcionado uma análise e prática positiva no que se refere ao simbólico, o lugar-suporte do simbólico, e a forma (plástica) como o simbólico é representado.

mais textos sobre o outros projetos da residência em: http://emcomodo.com.br

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