O segredo da libertação individual está no poder coercitivo da lei estabelecida societariamente. Ser livre significa querer o que não se pode, desejar fazer o que se deve e nunca desejar o que não se pode obter. Um indivíduo adequadamente “socializado” (também descrito como um “indivíduo feliz” e “genuinamente livre”) é aquele que não experimenta a discrepância nem o conflito entre desejos e capacidades, sem querer fazer o que não pode fazer mas querendo fazer o que deve fazer. Só um indivíduo assim não viveria a realidade como uma rede de restrições obstrusivas e vexatórias, sentindo-se, portanto, verdadeiramente livre e feliz. P. 90
BAUMAN, Z. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Tradução José Gradel. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008
Via Pedro Schultz
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