Já faz um tempo que desconfio e não acredito em mudanças radicais, do tipo "Este sou eu, em nova fase, novo fulano, Fênix, blablabla." Falando em dores que o amor causa em específico, quem não se aplicou uma dose extra de dignidade, orgulho e todo um ar blasé pra superar a parada?
Eu fui assim, eu sou assim, e devo continuar volta e meia utilizando esses artifícios de superação. a pergunta é: superei alguma coisa?
Me pergunto se esses meses de suposta calma, aceitação da vida não passam de placebos, que enganam por um tempo. Ter qualquer sentimento que você supõe controlado e resolvido voltando a te incomodar como um espinho no pé, não é nada agradável. Acho que estou cansado de mostrar toda uma dignidade, orgulho e força que talvez não tenha. Talvez manter o silêncio serviu pra não incomodar tantos os outros, do que necessariamente me fazer bem.
O que eu mudei e aprendi com a última pancada? acho que engolir o choro, ficar calado. não render dores e mágoas. isso é desnecessário. o tempo de cura, se é que existe pros corações, é bem lento, muito lento. Não tenho vontade de poetizar nada sobre isso, de transformar em arte, ou belas frases de efeito. não consigo achar legal pegar um verso de música pra ilustrar nada agora.
não me sinto bem.
os amigos apóiam e querem ajudar, dizendo pra manter a cabeça erguida, ser firme, ser duro. mas tudo tende a me fazer querer assumir todo esse lado covarde, medroso, falho.
sem poesia, sem nada.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
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Um comentário:
oh baby don't drop your worrying, it's over.
and no, we don't need only time to recover!
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