Querido Red,
O que eu suspeitava aconteceu. Eu realmente estou ficando cego, e não vou mais enxergar nenhuma cor. Não farei mais pinturas, não conseguirei mais fazer aquarelas, tampouco aqueles desenhos. A vista está cada dia mais nebulosa, embaçada e se perdendo na tentativa de achar um foco.
Então, a minha despedida hoje é para você. Você Red, que foi a cor mais intensa, o mais forte e vivo tom que eu já tive. O mais arrebatador ser que deseperta paixão e pelo qual eu me apaixonei um dia. Tenho certeza que você será o mais difícil de esquecer, e o mais triste é que não quero te esquecer.
Mas eu não consigo achar um placebo ou algo que cure essa dor agora. Vejo esse sangue nessas feridas todas e lembro de você, e me dói o coração por todas as dores que nos causamos, eu em você e você em mim. Me lembro que você também tem os seus ferimentos aí, talvez bem mais numerosos que os meus. E me sinto mal por isso. Você está em toda a parte Red, pelas marcas e influências que você deixou nessa vida.
Olho pro por do sol e você está lá, na imensidão do horizonte, se despedindo com um simpático sorriso de boa noite – como se dissesse: “boa noite, meu amor, amanhã estou de volta, aqui.” Mas sabemos que agora, a frase não será esta. Não será você que dirá isso, apenas uma lembrança.
Lembro das nossas lutas no ringue. Talvez alguém quis provar ao outro quem era mais forte, e talvez por esse mesmo motivo, estejamos tão feridos, tão destruídos e sem forças.
Quantas vezes, caímos em conflito por outras cores, cores que estão aí sempre para fascinar, seduzir e dar sentido a vida de um artista, como cores especiais – cada um com um porque de existir. Talvez nesses momentos de tensão eu quis acreditar que era melhor te deixar de lado, mas como alguém explica uma vida sem o vermelho da terra, das frutas, do fogo, do sol? O próprio sangue que nos faz mover, há quem diga que o vermelho é a cor das paixões.
Ficar cego é algo muito doloroso, porque na verdade você já estava ficando cego aos poucos, com uma certa antecedência, mas eu não percebia isso, ia deixando os dias passarem, sem tanta preocupação e só quando chega um dia que realmente percebo que o caminho é esse. Que não é possível de voltar atrás e corrigir o que você não fez direito, pois tudo estava embaçado. Esse foi o meu erro.
Mas Red, maior, muito maior do que essa tristeza tão profunda de agora é saber que embora não conseguirei mais vê-lo, é saber que você continua batendo e pulsando forte dentro do meu peito. Alguns cegos dizem que só “enxergam” um vulto preto em sua frente. Eu sei que eu vejo um lugar seguro, e você está nele, me sinto lá como se estivesse no útero da minha mãe, seiva, vida, calor, sangue, batidas do coração.
Maior do que as lágrimas que derramei, é o tamanho e intensidade dos sorrisos que você despertou nesse rosto, e a inspiração que você deu a esse pintor, hoje tão cansado. Não é atoa que Red é uma cor primária, e você está nesse mundo não só para enfeitar, mas para criar – criar a vida, e dar um novo sentido a vida de tantas coisas, pessoas e seres desse mundo, como você deu a minha – um sentido novo, e fez coisas tão importantes, mas tão importantes que não devem ser esquecidas. Sorrisos novos estão nascendo agora, sonhos começando a serem construídos, e você faz parte disso.
As vezes eu acredito que você salvou minha vida, Red, eu estava morrendo, e você me resgatou, antes não era embaçado, mas tudo era pardo, monocromático e sem vida. E vida- é o seu segundo nome.
Obrigado por essa vida que tivemos.
O que eu suspeitava aconteceu. Eu realmente estou ficando cego, e não vou mais enxergar nenhuma cor. Não farei mais pinturas, não conseguirei mais fazer aquarelas, tampouco aqueles desenhos. A vista está cada dia mais nebulosa, embaçada e se perdendo na tentativa de achar um foco.
Então, a minha despedida hoje é para você. Você Red, que foi a cor mais intensa, o mais forte e vivo tom que eu já tive. O mais arrebatador ser que deseperta paixão e pelo qual eu me apaixonei um dia. Tenho certeza que você será o mais difícil de esquecer, e o mais triste é que não quero te esquecer.
Mas eu não consigo achar um placebo ou algo que cure essa dor agora. Vejo esse sangue nessas feridas todas e lembro de você, e me dói o coração por todas as dores que nos causamos, eu em você e você em mim. Me lembro que você também tem os seus ferimentos aí, talvez bem mais numerosos que os meus. E me sinto mal por isso. Você está em toda a parte Red, pelas marcas e influências que você deixou nessa vida.
Olho pro por do sol e você está lá, na imensidão do horizonte, se despedindo com um simpático sorriso de boa noite – como se dissesse: “boa noite, meu amor, amanhã estou de volta, aqui.” Mas sabemos que agora, a frase não será esta. Não será você que dirá isso, apenas uma lembrança.
Lembro das nossas lutas no ringue. Talvez alguém quis provar ao outro quem era mais forte, e talvez por esse mesmo motivo, estejamos tão feridos, tão destruídos e sem forças.
Quantas vezes, caímos em conflito por outras cores, cores que estão aí sempre para fascinar, seduzir e dar sentido a vida de um artista, como cores especiais – cada um com um porque de existir. Talvez nesses momentos de tensão eu quis acreditar que era melhor te deixar de lado, mas como alguém explica uma vida sem o vermelho da terra, das frutas, do fogo, do sol? O próprio sangue que nos faz mover, há quem diga que o vermelho é a cor das paixões.
Ficar cego é algo muito doloroso, porque na verdade você já estava ficando cego aos poucos, com uma certa antecedência, mas eu não percebia isso, ia deixando os dias passarem, sem tanta preocupação e só quando chega um dia que realmente percebo que o caminho é esse. Que não é possível de voltar atrás e corrigir o que você não fez direito, pois tudo estava embaçado. Esse foi o meu erro.
Mas Red, maior, muito maior do que essa tristeza tão profunda de agora é saber que embora não conseguirei mais vê-lo, é saber que você continua batendo e pulsando forte dentro do meu peito. Alguns cegos dizem que só “enxergam” um vulto preto em sua frente. Eu sei que eu vejo um lugar seguro, e você está nele, me sinto lá como se estivesse no útero da minha mãe, seiva, vida, calor, sangue, batidas do coração.
Maior do que as lágrimas que derramei, é o tamanho e intensidade dos sorrisos que você despertou nesse rosto, e a inspiração que você deu a esse pintor, hoje tão cansado. Não é atoa que Red é uma cor primária, e você está nesse mundo não só para enfeitar, mas para criar – criar a vida, e dar um novo sentido a vida de tantas coisas, pessoas e seres desse mundo, como você deu a minha – um sentido novo, e fez coisas tão importantes, mas tão importantes que não devem ser esquecidas. Sorrisos novos estão nascendo agora, sonhos começando a serem construídos, e você faz parte disso.
As vezes eu acredito que você salvou minha vida, Red, eu estava morrendo, e você me resgatou, antes não era embaçado, mas tudo era pardo, monocromático e sem vida. E vida- é o seu segundo nome.
Obrigado por essa vida que tivemos.
2 comentários:
Se essa frase servir... Fique bem! Isso não passa, não, como costumam dizer. A gente é que se cansa de sentir a mesma coisa por tanto tempo. Deve ser algum tipo de auto-proteção, não sei. Só sei que ajuda muito, e muitas vezes, quando a gente acha que já não há mais jeito, sempre há.
;-)
eu acho que o moço disse tudo
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